21 de jun. de 2012

Mais de 400 pessoas aguardam vagas em comunidade terapêuticas

Alagoas 24 horas

Mais de 400 dependentes químicos aguardam uma vaga para internação involuntária nas comunidades terapêuticas do Estado.

O programa foi citado pelo governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) como uma das medidas elogiadas pelo Ministério da Justiça, que estão sendo desenvolvidas no Estado, e visa à recuperação de dependentes químicos. 
Na manhã desta segunda-feira, 11, a reportagem do Alagoas24Horas foi acionada por duas mães que tiveram que abandonar seus lares, após ameaças de traficantes, e tentaram a internação dos filhos, ambos dependentes de drogas. Ao chegar ao Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química, ligado à Superintendência de Políticas sobre Drogas da Secretaria da Paz, as mães foram informadas que existem mais de 400 pessoas na fila aguardando uma vaga em uma das 28 instituições credenciadas.
O estado oferece, atualmente, 800 vagas, que deverão subir para mais de mil, com a assinatura de novo convênio, o que está previsto para ocorrer na próxima semana. Apesar da iniciativa do estado, a demanda é infinitamente maior que os 30 atendimentos/dia e os dramas se sucedem no órgão. É o caso do jovem Wanderson Alves, de 21 anos, que buscou ajuda após ter a residência invadida por traficantes que pretendiam matá-lo. O jovem esteve na sede do Acolhe Alagoas hoje para buscar internação, com determinação do promotor Flávio Gomes da Costa, mas foi informado pela clínica ao qual seria encaminhado que o atendimento estava suspenso, uma vez que o Estado não estaria repassando os recursos às clínicas (um salário mínimo e uma cesta básica).
De acordo com Jacqueline Costa, diretora-administrativa do Acolhe Alagoas, há, de fato, uma lista de mais de 400 pessoas aguardando internamento, contudo, o novo convênio prevê o credenciamento de mais três clínicas, além de um acréscimo de mais de 200 vagas. Quanto à suspensão do atendimento, a técnica disse que há um problema de ordem burocrática, devido à renovação do convênio, e que o atendimento já está sendo restabelecido. Costa também garantiu o internamento de Wanderson Alves em uma clínica em Rio Largo.
Já a dona-de-casa Deusdete Soares Ferreira não teve a mesma sorte. Sem ter como voltar para casa, após ser ameaçada de morte devido à dependência do filho de 23 anos, a mãe não conseguiu garantir o internamento do filho, que já passou por uma comunidade, mas sofreu uma recaída. Sem poder voltar para casa, o dependente estava escondido na casa de parentes. Ainda segundo a gestora do Acolhe Alagoas, os dependentes são submetidos a uma triagem com psicóloga e assistente social, além de ser considerada a ordem cronológica, salvo caso de risco de morte.

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