Alagoas 24 horas
Mais de 400 dependentes químicos aguardam uma
vaga para internação involuntária nas comunidades terapêuticas do Estado.
O programa foi citado pelo governador Teotônio
Vilela Filho (PSDB) como uma das medidas elogiadas pelo Ministério da Justiça,
que estão sendo desenvolvidas no Estado, e visa à recuperação de dependentes
químicos.
Na
manhã desta segunda-feira, 11, a reportagem do Alagoas24Horas foi acionada por
duas mães que tiveram que abandonar seus lares, após ameaças de traficantes, e
tentaram a internação dos filhos, ambos dependentes de drogas. Ao chegar ao
Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química, ligado à
Superintendência de Políticas sobre Drogas da Secretaria da Paz, as mães foram
informadas que existem mais de 400 pessoas na fila aguardando uma vaga em uma
das 28 instituições credenciadas.
O estado oferece, atualmente, 800 vagas, que
deverão subir para mais de mil, com a assinatura de novo convênio, o que está
previsto para ocorrer na próxima semana. Apesar da iniciativa do estado, a
demanda é infinitamente maior que os 30 atendimentos/dia e os dramas se sucedem
no órgão. É o caso do jovem Wanderson Alves, de 21 anos, que buscou ajuda após
ter a residência invadida por traficantes que pretendiam matá-lo. O jovem
esteve na sede do Acolhe Alagoas hoje para buscar internação, com determinação
do promotor Flávio Gomes da Costa, mas foi informado pela clínica ao qual seria
encaminhado que o atendimento estava suspenso, uma vez que o Estado não estaria
repassando os recursos às clínicas (um salário mínimo e uma cesta básica).
De acordo com Jacqueline Costa,
diretora-administrativa do Acolhe Alagoas, há, de fato, uma lista de mais de
400 pessoas aguardando internamento, contudo, o novo convênio prevê o
credenciamento de mais três clínicas, além de um acréscimo de mais de 200
vagas. Quanto à suspensão do atendimento, a técnica disse que há um problema de
ordem burocrática, devido à renovação do convênio, e que o atendimento já está
sendo restabelecido. Costa também garantiu o internamento de Wanderson Alves em
uma clínica em Rio Largo.
Já a dona-de-casa Deusdete Soares Ferreira
não teve a mesma sorte. Sem ter como voltar para casa, após ser ameaçada de
morte devido à dependência do filho de 23 anos, a mãe não conseguiu garantir o
internamento do filho, que já passou por uma comunidade, mas sofreu uma
recaída. Sem poder voltar para casa, o dependente estava escondido na casa de
parentes. Ainda segundo a gestora do Acolhe Alagoas, os dependentes são
submetidos a uma triagem com psicóloga e assistente social, além de ser
considerada a ordem cronológica, salvo caso de risco de morte.
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