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4 de out. de 2015
28 de mai. de 2015
27 de mai. de 2015
11 de mar. de 2015
PORTAL BEBER MENOS
A
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com a Organização
Mundial da Saúde e as Universidades Federal do Paraná (UFPR) e Federal de Juiz
de Fora (UFJF) informa a divulgação de um site cuja a proposta é a intervenção
gratuita para usuários de álcool. O Beber Menos, é um modelo de intervenção de
uso de drogas pioneiro na América do Sul e foi inspirado a partir de estudos
desenvolvidos na Holanda.
Pedimos
a todos que divulguem este trabalho a seus familiares, pacientes, amigos, e
todos que precisam de ajuda.
A
utilização do site é bem simples, o usuário se cadastra e tem acesso a uma
intervenção que dura 6 semanas (totalmente online e gratuita). O usuário conta
com uma série de ferramentas que o ajudarão a: reduzir ou para de beber, lidar
com a fissura pela bebida, desenvolver estratégias de enfrentamento para
situações de risco, buscar mais informações sobre o álcool, entre outros. Os
usuários também têm acesso a um fórum exclusivo para trocar experiências e
podem enviar e-mails a especialistas na área, em caso de dúvidas. Ao final de 6
semanas, eles realizam uma avaliação para acompanhar seu consumo de álcool.
Lembramos
que o Portal Beber Menos não é um curso, mas sim, uma ferramenta para usuários
de álcool. Desta forma, por favor, nos ajude a divulgar este trabalho.
Acesse
o vídeo demonstrativo do portal:
Veja
algumas reportagens sobre o Beber Menos no youtube:
20 de fev. de 2015
9 de jul. de 2014
30 de nov. de 2013
23 de mai. de 2013
13 de mai. de 2013
12 de mai. de 2013
19 de ago. de 2012
LICENÇA MÉDICA PARA TRATAR ALCOOLISMO BATE RECORDE NO PAÍS
Em março foram concedidos 4.120 benefícios, uma média de cinco por hora.
Aumento de afastamentos do emprego nos últimos seis anos foi de 69,6%
Fernanda Aranda , iG São Paulo
Getty
Images
Licenças
trabalhistas para tratar alcoolismo e outras drogas crescem 69% em cinco anos
O mês de março fechou com um recorde
histórico de licenças médicas concedidas para trabalhadores, de todos os
setores, se tratarem de dependência química. Em 31 dias, 4.120 benefícios
previdenciários do tipo foram registrados pelo governo federal, uma média de
cinco afastamentos por hora.
O levantamento feito pelo iG Saúde nos
bancos de dados do Ministério da Previdência Social mostra que o aumento é
anual e gradativo. Entre 2006 e 2011, o crescimento acumulado de licenças nesta
categoria foi de 69,9%, pulando de 24.489 para 41.534 no último ano.
Na comparação, os afastamentos por
dependência química cresceram mais do que o dobro da elevação registrada de
postos de trabalho com carteira assinada no País. Enquanto os empregos formais
tiveram alta de 6% entre 2010 e 2011 (segundo o IBGE), as licenças deste tipo
ampliaram 13,9% no mesmo período.
Evolução de
licenças trabalhistas
Dependência química cresce entre os motivos para o afastamento do
trabalho
INSS
O álcool é a locomotiva do aumento, sendo a
droga que mais aparece como responsável por afastar do trabalho por mais de 15
dias médicos, advogados, funcionários da construção civil, professores e todos
outros empregados com carteira assinada. Em seguida, probleas com cocaína,
maconha e medicamentos calmantes são apontados como motivos para os
afastamentos.
Para o diretor do Departamento de Políticas
de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Cid Pimentel, a
ampliação de licenças por uso compulsivo de substâncias entorpecentes evidencia
três fenômenos: “Há um evidente aumento do consumo de drogas pelos brasileiros
e isso repercute, de forma devastadora, no desempenho profissional”, diz.
“Mas há também uma maior sensibilização por parte das empresas em
reconhecer a dependência química como uma doença e não mais como uma falha de
caráter. Outra influência no aumento é o fato da notificação estar mais
precisa. Antes os casos ficavam escondidos”, explica Pimentel.
A vendedora Alice, 20 anos – atualmente em
tratamento em uma clínica de reabilitação particular – confirma que bebeu
durante o expediente por anos até ser convidada pelo chefe a buscar ajuda
especializada. Acredita que muitos clientes sentiam o cheiro etílico das doses
de pinga e cerveja, que começava a beber às 10h. “Meu chefe falou comigo. Disse
que me daria todo apoio caso eu procurasse ajuda médica e que poderia voltar a
trabalhar depois de recuperada. Eu aceitei a oferta, pedi licença médica de
três meses, mas tenho medo de não ter mais trabalho quando sair.”
Levantamento: Mulheres
jovens e homens de meia idade lideram abuso de álcool
Portas fechadas
O medo de Alice não seria justificado pelas
leis trabalhistas, que garantem 180 dias de estabilidade após tratamento
médico. Mas na prática, afirma o coordenador da Federação Brasileira de
Comunidades Terapêuticas, Juliano Marfim, ainda há muitas dispensas após a alta
dos dependentes. “Há um preconceito muito forte por parte dos empregadores e,
após o tratamento, as demissões são constantes”, afirma.
“Nos nossos cursos de formação de terapeutas para tratar de dependentes
químicos, temos um número muito alto de ex-usuários que simplesmente não
conseguiram voltar para as suas funções de origem. Eu mesmo, que estou em
abstinência há 5 anos, não consegui mais trabalho na área administrativa, onde
sempre atuei. Acabei trabalhando com as drogas.”
Mauro, 41 anos, limpo há 9 meses, também não voltou mais para o ramo
comercial.
“As portas se fecham”, diz ele que agora trabalha na recuperação de
ex-usuários”.
“Essa postura por parte das empresas precisa e deveria mudar. Porque a
pessoa para conseguir sustentar o vício acaba desenvolvendo algumas habilidades
de sedução, de improvisação, de convencimento, por exemplo, que podem ser
revertidas positivamente e exploradas no mercado de trabalho”, acredita Marfim.
Rede de apoio
Apesar das dificuldades relatadas pelos
ex-dependentes para voltar ao mercado de trabalho, algumas empresas decidiram
criar uma rede de apoio para acolher os profissionais envolvidos com álcool e
drogas. Por meio das equipes de recursos humanos e de médicos do trabalho, as
instituições fazem a abordagem de funcionários com indícios de abuso de drogas
lícitas e ilícitas e estendem a oferta de terapia de reabilitação também às
famílias. É o que conta Carlos Netto, diretor de gestão de pessoas do Banco do
Brasil, uma das empresas citadas como referência pela Previdência Social na
área de atendimento da dependência química.
“Um dos nossos focos de atuação é a reinserção do profissional
encaminhado ao tratamento”, conta Netto.
“Ele é gerenciado por nossas equipes e, em alguns casos, realocado em
outros setores, ficando mais próximo de casa. Entendemos que o trabalho é um
mecanismo importante na recuperação, garante não só a renda mas a autoestima.”
Relação com a
profissão
A dependência de álcool é uma doença de
múltiplas causas, influenciada pela genética, pelos hábitos, pela história de
vida e também pela ocupação profissional. Os cientistas ainda não conseguem
responder com plena certeza as razões concretas que levam uma pessoa ficar
viciada, mas as pesquisas encontram cada vez mais um elo com a profissão
exercida.
A última publicação que coloca luz nesta
relação foi feita por médicos canadenses. Realizado com 10.155 trabalhadores, o
estudo avaliou as contribuições da posição hierárquica dentro da empresa e das
condições de trabalho, como salário, estresse e demandas físicas e
psicológicas, para o consumo indevido do álcool no ambiente de trabalho.
De acordo com estudiosos do Centro de
Informações sobre Álcool (Cisa) do Brasil – que avaliaram os resultados – “o
cargo profissional é sugerido como um importante fator motivador para o uso e
abuso do álcool, muito mais influente do que as condições de trabalho.”
Executivos, diretores e administradores de
altas gerências (“upper managers”) formam um grupo com padrão de consumo de
alto risco, com propensão de beber exageradamente (10 ou mais doses para
mulheres, e 15 ou mais doses para homens) 139% maior do que a apresentada pelos
trabalhadores abstêmios ou que não haviam bebido na semana anterior à pesquisa.
No Brasil, inquérito feito pelo Ministério
da Saúde já havia constatado que as pessoas com maior escolaridade são as que
mais exageram no consumo etílico. Os dados mostram que 20,1% dos adultos com
mais de 12 anos de estudo bebem acima da média, índice que cai para 15,9% entre
os menos instruídos (com até 8 anos de estudo).
Ainda que a dependência química tenha
impacto crescente no ambiente de trabalho, esta doença não figura entre as 10
que mais afastam trabalhadores. No ranking feito pelo iG , dor nas costas é a
primeira entre os benefícios previdenciários concedidos.
14 de ago. de 2012
AOS 80 ANOS, PADRE DEDICA 16 HORAS DO SEU DIA PARA TIRAR JOVENS DAS DROGAS
Jornal O Estado de Minas
Sempre dedicado a repassar valores a favor da família,
história do religioso começou no Bairro Padre Eustáquio, durante a década de
70, quando promovia encontros de jovens e casais para aconselhá-los
Luciane Evans
Padre Osvaldo Gonçalves não é de
muita conversa. A cada pergunta, seu pensamento vai longe, como se buscasse
nesses 80 anos vividos a resposta certa para tantas incertezas que a vida já
lhe mostrou. Ele tem pressa. Não quer deixar de cumprir uma rotina de dedicação
sem trégua, um cotidiano sempre repetido, das 6h às 22h, durante anos a fio,
carregando pessoas boas, mas cheias de problemas difíceis de suportar. “Podia
ter feito de outra maneira e não ter colocado tanto peso nas minhas costas, mas
eu não soube fazer diferente”, conta o sacerdote no livro Eu me envolvi com os
drogados, publicado em 2009.
Sempre dedicado a repassar
valores a favor da família, a história desse homem começou no Bairro Padre
Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, durante a década de 70, quando
promovia encontros de jovens e casais para aconselhá-los. O lugar ganhou o nome
de Recanto de Canaã. Mas, em 1979, as queixas passaram a ser ainda mais
preocupantes: estourava na cidade a dependência química. O seu primeiro contato
com essa realidade veio quando uma mãe aflita chegou a ele e lhe apresentou seu
filho Marcos, na época com 18 anos, que trazia no corpo verdadeiras chagas,
como consequência das picadas, injeção de algafan, uma espécie de morfina nas suas
veias.
Ao se deparar com o garoto, padre
Osvaldo, que não sabia o que fazer e ciente de que o problema não se limitava a
apenas um jovem, resolveu encarar o desafio. “Não tínhamos outra solução a não
ser pensar nas comunidades terapêuticas, que começavam a nascer no Brasil”,
conta. Já existia em Campinas (SP) a Fazenda Senhor Jesus, fundada em 1978 pelo
padre Haroldo Rahm, um jesuíta norte-americano. “Ele trazia da sua terra um
modelo de trabalho destinado à recuperação de dependentes químicos. Fui para lá
conhecer”, lembra. Na época, as drogas que mutilavam as famílias em BH eram a
algafan, a maconha e a cocaína. “O pó custava um grama de ouro”, recorda o
padre.
O sacerdote passou a tratar de um
grupo pequeno de dependentes. “Fomos aceitando esses jovens, cheios de ilusão
pela primeira vitória ainda não consolidada. Eram de bom coração, de boas
famílias, mas presos ao vício, alguns inteiramente atolados na lama”, conta.
Estava dado o primeiro passo. Mas o que fazer com eles? Veio a primeira
frustração. Na tentativa de recuperá-los, o padre chegou a perder peso e noites
de sono. “Achei que podia desistir, pois não estávamos preparados para um
trabalho como esse.” Ele diz ter aprendido, ali, a não acreditar nem confiar em
uma pessoa viciada. “Mesmo em processos de recuperação, elas podem falar o
contrário do que estão pensando e prometer o que não tencionam fazer.”
Terapia
E, apesar das decepções, o padre
não desistiu. “Passei a pesquisar mais sobre o assunto, ir a congressos, ler
livros e preparar palestras. Criei estruturas mais sólidas para evitar os
fracassos”, comenta. Em 1987, foi criada, com a ajuda da Congregação dos
Sagrados Corações e de alguns fiéis, a comunidade terapêutica Fazenda Recanto
de Canaã, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O espaço tem hoje 68 hectares (o
equivalente a 68 campos de futebol) por onde já passaram 4 mil dependentes.
Atualmente, são 70 internos, todos homens. A recuperação é baseada em um tripé:
disciplina, trabalho e espiritualidade. A internação é de nove meses e no local
não há portões fechados.
“O primeiro recurso é tirar o
dependente do seu ambiente. Aqui, ele aprende a trabalhar com lavoura, faz
limpezas, capina, trabalha na floricultura e mexe nas hortas. Além disso, passa
a descobrir valores de espiritualidade. Todos os dias, oramos e fazemos uma
reflexão do evangelho”, destaca. O padre diz que o pedido de socorro é
voluntário. “Vem gente do Brasil inteiro nos pedir ajuda. Como são três
comunidades na fazenda, sendo uma para cada etapa passada pelo dependente, há
uma equipe de psicólogos, médicos e assistente sociais.”
Canaã é transformação
No livro Eu me envolvi com os
drogados, o padre Osvaldo Gonçalves explica que o nome Canaã evoca não somente
a presença de Jesus em um casamento, mas é o lugar onde ele fez o seu primeiro
milagre, transformando água em vinho. “Essa transformação simboliza a mudança
que se faz no coração das pessoas e na orientação das suas vidas, desde que
Cristo seja convidado a participar do seu projeto.”
Presença da família é fundamental
Durante três vezes na semana, o
vigário se encontra com os familiares dos internos em reuniões feitas no Bairro
Padre Eustáquio. “A família é fundamental para a qualidade do processo”,
defende, reconhecendo que o trabalho não é fácil e nem sempre quem sai dali
está libertado do vício. “A droga tem muita força. Ela é maldita. Derruba os
ideais, frustra as promessas e as esperanças”, diz. Ele afirma que o retorno ao
mundo lá fora, o reencontro com os antigos companheiros e a incontrolada
compulsão fazem voltar tudo como era antes. “Por isso a família é importante. E
a espiritualidade, fundamental.”
Não há, segundo ele, como dizer qual
o tipo de vício mais recorrente entre os dependentes. “É tudo misturado. Mexem
com o crack, cocaína e maconha.” Por esse motivo, por saber que um vício leva a
outras substâncias, o sacerdote não vê com bons olhos a descriminalização da
maconha, assunto que o Brasil começa a discutir. “Isso cria condições para as
pessoas experimentarem outras coisas. Se liberar a erva, será uma calamidade.
Falam em acabar com o tráfico, mas isso só vai acabar quando não houver
comprador. Dizer que a descriminalização vai reduzir a criminalidade é uma
incógnita.”
A rotina na fazenda começa às
6h30, quando todos se encontram na capela para oração. “Temos uma padaria, em
que o pão é feito pelos internos. Eles fazem trabalhos manuais, a chamada
laborterapia. Há também tempo para o esporte. Já tivemos como internos médicos,
advogados, engenheiros e universitários”, comenta. Na sede do Recanto de Canaã,
no Padre Eustáquio, há espaço para as mulheres, mas a capacidade é para 15.
Para o trabalho com os dependentes é cobrada uma contribuição de R$ 900 mensais
das famílias, mas, de acordo com o vigário, as condições dos familiares são
consideradas.
Padre Osvaldo diz que foram
muitos os que conseguiram vencer o vício com o trabalho na fazenda. Ele
aconselha aos dependentes aceitarem ajuda. “É preciso querer, começar e
perseverar. Salva-se aquele que perseverar até o fim. É palavra de Jesus.
ESTUDO APONTA QUE ACUPUNTURA ALIVIA OS SINTOMAS DA ABSTINÊNCIA DE HEROÍNA
Especialista
afirma que acupuntura ajuda a reduzir ansiedade e vontade de consumir droga ...
Um recente estudo concluiu que a acupuntura é
efetivamente importante no alívio aos efeitos da abstinência e ansiedade
associados à dependência de heroína. A pesquisa foi conduzida com um grupo de
60 homens viciados na droga. O estudo comparou o grupo controle com dois grupos
de tratamento com acupuntura. O primeiro grupo recebeu acupuntura no acuponto
denominado C7 (Shenmen), e o segundo grupo recebeu acupuntura no acuponto
denominado CS6 (Neiguan). Em ambos, notou-se que a acupuntura foi eficaz no
tratamento da dependência química da heroína.
“O uso da acupuntura nestes pontos estimula a
redução da ansiedade e controla a fissura (ou craving, em inglês) que é a
vontade intensa de consumir a droga”, explica o presidente da Associação
Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro (ABA-RJ), Dr. Márcio De Luna,
acupunturista há 28 anos. “Demonstrou-se, portanto, que a acupuntura é uma
excelente opção para o tratamento complementar dos dependentes químicos”,
completa Dr. Luna, também coordenador do curso de pós-graduação em acupuntura
pelo Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional Chinesa - IBMTC.
ACUPUNTURA
COMO RECUPERAÇÃO
Recentemente,
outro estudo realizado pela Universidade de Yale, nos EUA, apontou que ratos de
laboratório viciados em cocaína também tiveram uma redução na dependência na
droga. “Os pesquisadores notaram que a acupuntura foi capaz de reduzir a
autoadministração da droga e, também, de estimular a liberação de dopamina em
uma área do cérebro que inibe o comportamento aditivo à cocaína”, explica Dr.
Luna.
5 de ago. de 2012
DOCUMENTOS MOSTRAM QUE GOVERNO SABIA DO PODER DO CRACK DESDE1987 E NADA FEZ
by Clínica Alamedas
Arquivos sigilosos do governo brasileiro revelam
que, há mais de 20 anos, analistas já chamavam a atenção para os efeitos
devastadores do entorpecente que se tornou epidemia
Edson Luiz
Correio brasiliense
Um dos principais problemas enfrentados hoje pela sociedade
já representava um perigo há 25 anos, como alertou o serviço secreto do
governo. Documentos confidenciais da então Secretaria de Assuntos Estratégicos
(SAE) avaliavam, em 1987, que poderia haver a disseminação de uma droga de alto
poder destrutivo: o crack. Apesar dos avisos, somente a partir dos anos 2000,
que o governo brasileiro voltou os olhos para a droga, que já é considerada uma
epidemia, reconhecida pelo Ministério da Saúde. No entendimento do governo, a
droga avançou mais rápido do que as ações de combate e saiu de controle.
Segundo estimativas de especialistas, o número de usuários no Brasil está entre
600 mil e 2 milhões. A aprovação da Lei de Acesso à Informação revelou grandes
volumes de análises oficiais fazendo referências à pedra da morte.
Os primeiros relatos sobre a droga nos documentos
do governo aconteceram em 1987, quando os serviços de informações analisavam a
situação do país, na época considerado internacionalmente como fornecedor de
insumos químicos para o refino dacocaína. O alerta observa que em Porto Velho,
Rondônia, havia também outra droga que poderia ser ainda mais perigosa do que o
crack — a mescla, que na verdade é a pedra da morte em seu estado pastoso. Mas,
quatro anos depois, o assunto voltou a circular na esfera do serviço secreto,
especialmente a SAE, que substituiu o temido Serviço Nacional de Informações
(SNI), criado durante a ditadura militar.
PESQUISA DA UNIFESP REVELA QUE CERCA DE 1,5 MILHÃO DE BRASILEIROS SÃO VICIADOS EM MACONHA
Rádio Band
Deste grupo 1/3 é adolescente, com idade entre 14 e
18 anos.
Segundo um estudo divulgado “anteontem”
pela Universidade Federal de São Paulo, um em cada cinco jovens tem acesso à
droga dentro da escola. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira explica que há uma
tendência de crescimento de usuários no país desde 2006, quando foi realizada a
última pesquisa.
Para o coordenador do
Levantamento Nacional de Álcool de Drogas, o número reflete a flexibilização da
legislação sobre o consumo do entorpecente. O pesquisador Ronaldo Laranjeira
ainda destaca que os riscos da maconha são subestimados no Brasil.
O resultado da pesquisa indica ainda que a maioria
da população é contrária à legalização da maconha no país. Dados apontam que
89% das pessoas preferem que a droga não entre na mesma classificação das
bebidas alcoólicas, cujo consumo é liberado para maiores de 18 anos.
Esta é a primeira vez que se tem
uma amostragem representativa da população brasileira sobre o uso e dependência
de drogas. No mês que vem, a Unifesp vai divulgar os dados sobre o consumo de
crack em 149 municípios de todos os estados do Brasil.
COLÔMBIA SANCIONA LEI QUE RECONHECE DEPENDÊNCIA QUÍMICA COMO ASSUNTO DE SAÚDE
Infolatam/EFE
Las claves
A política contra as drogas da
Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de
entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a
perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios.
O presidente da Colômbia, Juan
Manuel Santos, sancionou a primeira lei que reconhece o vício em substâncias
psicoativas como um assunto de saúde pública, o que prevê uma mudança em sua
luta contra as drogas, ao deixar de vê-lo apenas como um problema de ordem
público. O presidente assinou a Lei 1566, que segundo o senador Juan Manuel
Galán, do Partido Liberal (PL), destacou em sua conta no Twitter, “reconhece a
doença e garante o tratamento integral”. O texto começa com o seguinte
parágrafo: “É reconhecido que o consumo, abuso e vício de substâncias
psicoativas, lícitas ou ilícitas, é um assunto de saúde pública e bem-estar da
família, da comunidade e dos indivíduos”.
Portanto, acrescenta que as
pessoas viciadas devem ser tratadas como doentes e têm o direito de pedir, de
maneira voluntária, e receber uma “atenção integral por parte do Estado”, que
fica incluída no Plano Obrigatório de Saúde (POS) e não irá prever nenhuma
recuperação por parte das chamadas Empresas Prestadoras de Saúde (EPS). Até
agora, os usuários só podem obter ajuda, tanto focada para a reabilitação como
para o tratamento terapêutico, através de ações de tutela.
Com esta lei, o Estado também
tem a obrigação de formar médicos especializados para atender a saúde mental
dos viciados em drogas, ao mesmo tempo em que também deverá condicionar os
centros de saúde onde estes serviços são oferecidos. A prevenção conta também
com um papel primordial e fica nas mãos do Governo incluí-la em suas políticas
de saúde.
Com a norma também será criado o
prêmio nacional “Entidade Comprometida com a Prevenção do Consumo, Abuso e
Vício em substâncias Psicoativas”, com o qual o Ministério da Saúde e da
Proteção Social reconhecerá as melhores iniciativas neste campo. Em seus
primeiros meses de vida, a Lei 1655 começará a ser aplicada entre menores de
idade, identificados como a população mais vulnerável, e ampliará sua cobertura
para todos os dependentes da Colômbia que, de acordo com relatórios do Governo,
está crescendo.
A política contra as drogas da
Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de
entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a
perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios. No
entanto, o presidente Santos manifestou em várias ocasiões sua abertura a um
debate para estudar novas alternativas para esta estratégia que considerou
frustrada. Primeiramente, Santos apresentou na sexta-feira passada, com seu ministro
de Defesa, Juan Carlos Pinzón, um novo plano que manterá a pressão contra os
traficantes e os cultivos através da erradicação, mas sob um enfoque integral
que permita acabar com todos as peças da corrente do negócio e colocar em
andamento programas de desenvolvimento.
27 de jun. de 2012
Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e o Tráfico de Ilícitos
ABEAD – Opinião
“Ontem, 26 de junho foi” o Dia Internacional contra
o Abuso de Drogas e o Tráfico de Ilícitos. Criado pela Organização das Nações
Unidas (ONU), a data marca um dia para reflexão do impacto causado por esse mal
à sociedade, principalmente aos jovens.
Não é um dia para se comemorar, mas sim para
refletir sobre as ações que estão sendo tomadas para que o problema, que em
muitos casos se tornou uma epidemia em diversas cidades brasileiras – vide o
crack e o oxi -, seja minimizado.
O UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas
e Crime) é a área responsável pela campanha mundial que está sendo encampada
pela ONU. Tendo como tema "Ação Mundial por Comunidades Saudáveis Sem
Drogas", a campanha pretende mobilizar a população para atuar de forma
integrada na construção de uma resposta ao problema.
Hoje a UNODC divulgou o Relatório Mundial sobre
Drogas e o resultado apresentado não é nada animador: Ele mostra que
aproximadamente 230 milhões de pessoas — 5% da população mundial adulta (entre
15 e 64 anos) — consumiram drogas pelo menos uma vez em 2010. Desse número de
pessoas, 27 milhões são considerados usuários problemáticos – aqueles que
possuem dependência ou distúrbios relacionados às drogas.
Outro dado alarmante do relatório aponta que aproximadamente
uma em cada 100 mortes entre adultos é atribuída ao uso de drogas ilícitas.
Embora a ONU destaque que houve uma queda na
produção de cocaína em todo o mundo, no Brasil houve um aumento no consumo da
droga. Além disso, o relatório destaca que a produção e consumo de drogas
sintéticas, como as anfetaminas, também teve crescimento.
Isso mostra que há muito trabalho pela frente e que
é preciso unir forças para essa batalha, que não é fácil, mas que deve ser
enfrentada com a contribuição de especialistas, educadores, pais e a
mobilização de toda a população.
Joaquim Melo e Sabrina Pressman
Estudo: adolescentes que discutem com pais resistem mais às drogas
BOLETIM ABEAD
Os pais tendem a evitar ao
máximo discussões com adolescentes, mas saiba que elas podem ser positivas. De
acordo com uma pesquisa da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, elas
fazem com que os filhos aprendam a expressar suas opiniões, o que os torna mais
capazes de resistir à pressão de colegas para usar drogas e ingerir álcool. Os
dados são do jornal britânico Daily Mail.
Os cientistas fizeram gravações
de áudio e vídeo de 150 jovens de 13 anos discutindo com suas mães. Depois de
três anos, questionaram os participantes sobre suas vidas e experiências com
drogas e álcool. Os que foram confiantes e usaram a razão durante a “briga” se
mostraram mais propensos a recusar os dois itens. “O que se passa na família é
realmente um campo de treinamento para adolescentes em termos de como negociar
com outras pessoas”, disse o pesquisador Joseph Allen. A equipe estimula as
discussões, mas orienta os pais a terem “boas razões apresentadas de forma
moderada” para que possam dar um bom exemplo.
21 de jun. de 2012
Mais de 400 pessoas aguardam vagas em comunidade terapêuticas
Alagoas 24 horas
Mais de 400 dependentes químicos aguardam uma
vaga para internação involuntária nas comunidades terapêuticas do Estado.
O programa foi citado pelo governador Teotônio
Vilela Filho (PSDB) como uma das medidas elogiadas pelo Ministério da Justiça,
que estão sendo desenvolvidas no Estado, e visa à recuperação de dependentes
químicos.
Na
manhã desta segunda-feira, 11, a reportagem do Alagoas24Horas foi acionada por
duas mães que tiveram que abandonar seus lares, após ameaças de traficantes, e
tentaram a internação dos filhos, ambos dependentes de drogas. Ao chegar ao
Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química, ligado à
Superintendência de Políticas sobre Drogas da Secretaria da Paz, as mães foram
informadas que existem mais de 400 pessoas na fila aguardando uma vaga em uma
das 28 instituições credenciadas.
O estado oferece, atualmente, 800 vagas, que
deverão subir para mais de mil, com a assinatura de novo convênio, o que está
previsto para ocorrer na próxima semana. Apesar da iniciativa do estado, a
demanda é infinitamente maior que os 30 atendimentos/dia e os dramas se sucedem
no órgão. É o caso do jovem Wanderson Alves, de 21 anos, que buscou ajuda após
ter a residência invadida por traficantes que pretendiam matá-lo. O jovem
esteve na sede do Acolhe Alagoas hoje para buscar internação, com determinação
do promotor Flávio Gomes da Costa, mas foi informado pela clínica ao qual seria
encaminhado que o atendimento estava suspenso, uma vez que o Estado não estaria
repassando os recursos às clínicas (um salário mínimo e uma cesta básica).
De acordo com Jacqueline Costa,
diretora-administrativa do Acolhe Alagoas, há, de fato, uma lista de mais de
400 pessoas aguardando internamento, contudo, o novo convênio prevê o
credenciamento de mais três clínicas, além de um acréscimo de mais de 200
vagas. Quanto à suspensão do atendimento, a técnica disse que há um problema de
ordem burocrática, devido à renovação do convênio, e que o atendimento já está
sendo restabelecido. Costa também garantiu o internamento de Wanderson Alves em
uma clínica em Rio Largo.
Já a dona-de-casa Deusdete Soares Ferreira
não teve a mesma sorte. Sem ter como voltar para casa, após ser ameaçada de
morte devido à dependência do filho de 23 anos, a mãe não conseguiu garantir o
internamento do filho, que já passou por uma comunidade, mas sofreu uma
recaída. Sem poder voltar para casa, o dependente estava escondido na casa de
parentes. Ainda segundo a gestora do Acolhe Alagoas, os dependentes são
submetidos a uma triagem com psicóloga e assistente social, além de ser
considerada a ordem cronológica, salvo caso de risco de morte.
19 de jun. de 2012
7 de jun. de 2012
Especialistas alertam que o público perigosamente subestima os riscos de saúde ligados a fumar maconha.
BBC Brasil
A British Lung Foundation
realizou um levantamento de 1.000 adultos e constatou que um terço erroneamente
acredita que a cannabis não prejudica a saúde. E 88% pensavam incorretamente
que cigarros de tabaco seriam mais prejudiciais do que os de maconha - quando
um cigarro de maconha traz os mesmos riscos de um maço de cigarros.
A British Lung Foundation afirma que a falta de
consciência é "alarmante".
Os números mais recentes mostram
que 30% das pessoas entre 16 e 59 anos de idade na Inglaterra e no País de
Gales usaram cannabis em suas vidas. Um novo relatório do BLF diz que há
ligações científicas entre fumar maconha e a ocorrência de tuberculose,
bronquite aguda e câncer de pulmão. O uso de cannabis também tem sido associado
ao aumento da possibilidade de o usuário desenvolver problemas de saúde mental,
como a esquizofrenia.
Parte da razão para isso, dizem
os especialistas, é que as pessoas, ao fumar maconha, fazem inalações mais
profundas e mantêm a fumaça por mais tempo do que quando fumam cigarros de
tabaco. Isso significa que alguém fumando um cigarro de maconha traga quatro
vezes mais alcatrão do que com um cigarro de tabaco, e cinco vezes mais
monóxido de carbono, diz a BLF. A pesquisa descobriu que particularmente os
jovens desconhecem os riscos.
'Campanha
pública'
Quase 40% dos entrevistados com
até 35 anos de idade - a faixa etária mais propensa a ter fumado cannabis -
acreditam que maconha não é prejudicial. No entanto, cada cigarro de cannabis
aumenta suas chances de desenvolver câncer de pulmão para o equivalente aos
riscos de quem fuma um pacote inteiro de 20 cigarros de tabaco, a BLF advertiu.
A chefe-executiva da BLF, Helena
Shovelton, disse: "É alarmante que, enquanto pesquisas continuam a revelar
as múltiplas consequências para a saúde do uso de maconha, ainda há uma
perigosa falta de sensibilização do público sobre o quão prejudicial esta droga
pode ser."
"Este
não é um problema de nicho - a cannabis é uma das drogas recreativas mais
utilizadas no Reino Unido, já que quase um terço da população afirma ter
provado."
"Precisamos,
portanto, de uma campanha de saúde pública - à semelhança das que têm ajudado a
aumentar a conscientização sobre os perigos de se comer alimentos gordurosos ou
fumar tabaco - para finalmente acabar com o mito de que fumar maconha é de
algum modo um passatempo seguro."
O relatório do BLF recomenda a
adoção de um programa de educação pública para aumentar a conscientização do
impacto de fumar maconha e um maior investimento na pesquisa sobre as
consequências para a saúde de seu uso.
6 de jun. de 2012
5 de jun. de 2012
20 de mai. de 2012
MISTURA DE ENERGÉTICO COM ÁLCOOL PODE CAUSAR ARRITMIA CARDÍACA
Globo
News
Combinação pode estimular o alcoolismo. Palpitação
forte, tontura, mal-estar, sudorese, e principalmente dor no peito e desmaio
são sinais de alerta importantes após a ingestão da mistura.
O consumo de energéticos não para de crescer no
Brasil. Eles prometem aumentar o ânimo e a disposição, mas podem provocar
sérios problemas, se forem misturados com bebida alcoólica ou ingeridos em
doses elevadas. Os fabricantes de energéticos dizem que a bebida está presente
em mais de 160 países, porque as autoridades consideram o consumo seguro. E
acrescentam que o próprio rótulo alerta que a mistura com álcool não é
recomendada.
O cardiologista Leandro Echenique, do Hospital
Albert Einstein e da Unifesp, lembra que a combinação de energéticos com
bebidas alcoólicas potencializa o risco de arritmia cardíaca: “Essa mistura
pode ser perigosa. O rótulo informa que algumas populações são de risco, como
crianças, idosos, gestantes e portadores de algumas enfermidades. Para o
coração, há risco, pelo fato de ambas as substâncias poderem causar arritmia. O
coração acelera ou bate de forma irregular”.
Uma pesquisa americana diz que 52 latas de
energético por ano já é uma quantidade perigosa e pode levar a dependência. O
cardiologista Leandro destaca que a cafeína tira a sonolência do álcool e não
melhora o reflexo: “A pessoa acha que está bem, ingere maior quantidade de
álcool e acaba dirigindo. Em boa parte das vezes, é possível reverter a
situação, mas alguns danos podem ser permanentes, como arritmias”. O médico
alerta ainda que palpitação forte, tontura, mal-estar, sudorese, e
principalmente dor no peito e desmaio são sinais de alerta importantes após a
ingestão da mistura.
A psiquiatra Fátima Vasconcellos, chefe da
psiquiatria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, ressalta que as
pessoas podem acreditar que só o energético vai dar a elas condições e energia
para se divertir. “A mistura dessas substâncias gera uma falsa sensação de
alegria e pode estimular o alcoolismo, levando ao comportamento de risco”. A
psiquiatra diz ainda que almoçar com os filhos pelo menos uma vez por semana
diminui o risco do consumo de drogas e lembra que a mulher tem um terço da
capacidade de absorver o álcool. Por isso, as reações de intoxicação e são mais
rápidas nelas.
Reincidência é menor nos EUA com tratamento a viciado em vez de prisão
‘De 18% a 26% dos tratados não voltam à
criminalidade', diz especialista.
Tara Kunkel discute projetos no Brasil; promotor
diz que falta estrutura.
Fábio Tito Do G1, em São Paulo
A experiência dos Estados Unidos com os tribunais
de drogas, programas de reabilitação para acusados de pequenos delitos
relacionados ao uso de substâncias ilegais, tem servido de exemplo para a
aplicação de projetos similares no Brasil. É para isso que a especialista Tara
Kunkel chegou nesta quinta-feira (17) a São Paulo. Por mais de 10 anos, ela
comandou um tribunal de drogas no estado da Virgínia, depois de ajudar a
escrever a legislação do estado sobre eles e fundar a primeira organização sem
fins lucrativos para apoiá-los. Ela participa nesta quinta de um seminário em
São Paulo sobre o assunto.
Hoje à frente do Centro Nacional de Tribunais
Estaduais dos EUA, Kunkel explicou em entrevista ao G1 como o sistema funciona
nos Estados Unidos.
A especialista americana Tara Kunkel diz ao participar
de seminário sobre tribunais de droga em São Paulo: "São dois os objetivos
principais dos tribunais de droga: um é ajudar a pessoa a superar o vício
através de tratamento e supervisão, e o segundo é parar o ciclo em que essas
pessoas entram de voltar ao Sistema Judiciário por conta de novos crimes. E
esses dois andam de mãos dadas", afirma.
Existem hoje nos Estados Unidos mais de 2.500
tribunais de drogas e, segundo a especialista, oito em cada dez dependentes que
participam de um programa de reabilitação conseguem se livrar das drogas. E
estudos mostram que, a cada dólar gasto no tratamento, o governo americano
economiza US$ 3 com prisões.
Como
funciona
Para esclarecer como funcionam os tribunais nos
EUA, a especialista usou como exemplo o caso de uma mulher de 35 anos que já
tinha sido presa diversas vezes por queixas ligadas a drogas, era viciada em
crack havia 15 anos, tinha perdido os dois filhos por dificuldade em criá-los e
passou a se prostituir.
São dois os objetivos principais dos tribunais de
droga: um é ajudar a pessoa a superar o vício através de tratamento e
supervisão, e o segundo é parar o ciclo em que essas pessoas entram de voltar
ao Sistema Judiciário por conta de novos crimes. E esses dois andam de mãos
dadas"
Tara Kunkel, do Centro Nacional de Tribunais
Estaduais dos EUA
Um acordo foi feito na corte, e ela aceitou
participar do tratamento por um período de 18 meses, além de se submeter a
exames para verificar seu progresso. "Durante esse período, ela conseguiu
um emprego pela primeira vez na vida, recuperou a guarda dos filhos, ficou
todos os 18 meses sem consumir drogas e hoje tem sua própria casa. Ela já está
livre do vício há 5 anos."
"Há uma equipe que trabalha em cada caso ao
longo de todo o período: oficiais de Justiça, médico, policiais e o juíz. Eles
revisam o progresso a cada semana ou a cada 15 dias", conta.
"Ao final, a maioria dos tribunais nos EUA
opta por retirar as queixas contra o acusado no caso de o programa ser
completado com sucesso. No caso dessa mulher, as duas queixas que teriam a
levado à cadeia foram retiradas. Isso serve como uma grande motivação para
essas pessoas", completa.
Reincidência
Segundo Kunkel, o índice de pessoas que segue sem
voltar à criminalidade é menor que o de pessoas que apenas se livram do vício,
mas isso demonstra que há progresso.
"Vemos que, nos Estados Unidos, a ação dos
tribunais de drogas diminui a reincidência criminal em um índice entre 18% e
26%, comparado com o das pessoas que não passam pelo programa. E em grande
parte isso ocorre porque aquele vício está sendo tratado pela primeira
vez", afirma.
Durante esse período, ela conseguiu um emprego pela
primeira vez na vida, recuperou a guarda dos filhos, ficou todos os 18 meses
sem consumir drogas e hoje tem sua própria casa. Ela já está livre do vício há
5 anos"
Tara Kunkel
O conceito foi criado em 1989 nos EUA. Em vez de
cumprir pena na prisão, os acusados por pequenos delitos participam de
programas de reabilitação (reuniões de grupo e prestação de serviços à
comunidade), que têm por objetivo tratá-los da dependência química e
reintegrá-los à sociedade.
Segundo Kunkel, o acompanhamento dos pacientes
revelou também que houve melhoria significativa em outras áreas da vida dos
participantes, tais como frequência e rendimento escolar (no caso de
adolescentes), adesão a atividades profissionalizantes, reorganização da vida,
convívio familiar e percepção sobre o uso de drogas.
Modelo
brasileiro
No Brasil, o modelo ainda é relativamente novo, e o
termo usado tem sido justiça terapêutica. Mas experiências similares já são
adotadas por 20 estados brasileiros e o governo federal vem discutindo mudanças
na lei nacional antidrogas para poder incorporá-lo. Responsável por um dos
exemplos de programa de justiça terapêutica, Paulo Sérgio Sobrinho, promotor de
Justiça Criminal do Fórum de Santana, em São Paulo, afirma que falta uma estrutura
mínima para que o sistema funcione com mais eficácia no Brasil.
A corte de drogas [nos EUA] não existe só em função
do juiz ou do promotor. Ela tem uma estrutura enxuta que permite que o juíz
continue trabalhando nos demais casos sem ter que parar, por conta da estrutura
de apoio"
Paulo Sérgio Sobrinho, promotor de Justiça Criminal
do Fórum de Santana
"Creio que se houvesse a aplicação de recursos
mínimos para articular mais esse tipo de atendimento, ele teria mais
resultados. Muitas vezes, a pessoa não tem condições de chegar ao local e passa
a faltar. Se houvesse como auxiliar essa pessoa de forma regular, isso seria
uma grande ajuda. Também falta mais treinamento para os funcionários do
Judiciário e do Ministério Público", aponta o promotor.
Ele elogia a maneira como o auxílio é dado nos EUA,
com a noção de time ou equipe acompanhando o caso. "A corte de drogas [nos
EUA] não existe só em função do juiz ou do promotor. Ela tem uma estrutura
enxuta que permite que o juíz continue trabalhando nos demais casos sem ter que
parar, por conta da estrutura de apoio", o que não ocorre no Brasil.
"Hoje nós fazemos algo parecido em Santana com
o apoio dos promotores, funcionários, organizações (como Alcoólicos Anônimos,
Narcóticos Anônimos etc.), e muita vontade. Faltam verbas e meios para levar
melhores condições às pessoas que precisam ser tratadas", afirma Mário
Sérgio.
Seminário
O seminário “Tribunais americanos de droga – a
saúde pública e a justiça terapêutica”, promovido pela Escola Superior do Ministério
Público (ESMP), com o apoio do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, será
às 18h na sede do Ministério Público de São Paulo (Rua Riachuelo, nº 115,
Centro). O evento terá transmissão ao vivo pelo site da ESMP (www.apmp.com.br).
18 de mai. de 2012
SUS gasta R$ 1,8 bi por ano com dependentes
Recursos foram para o atendimento
de 3 milhões de usuários de drogas
Do Metro vivabem@band.com.br
O governo federal gastou R$ 1,8 bilhão por meio do
SUS (Sistema Único de Saúde) no atendimento de 3 milhões de dependentes
químicos somente no ano passado. O dinheiro foi destinado para a Rede de
Atenção Psicossocial, responsável pelas ações voltadas para usuários de drogas
e álcool no país. Esse montante representa 2,5% do Orçamento do governo federal
para a área da saúde.
Do total de R$ 1,8 bilhão, 34% foram usados em
internações e atendimentos hospitalares. Outros R$ 490 milhões foram gastos no
custeio de 2,5 mil leitos exclusivos para o tratamento de dependentes químicos.
Em dez anos, o Ministério da Saúde diz ter triplicado o volume de recursos
destinados para a rede de atendimento. Em 2002, a verba era de R$ 619 milhões.
Para este ano, a previsão é de que chegue a R$ 2,1 bilhões.
Para a psiquiatra Ana Cecilia Marques, conselheira
da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), a falta
de uma política antidrogas efetiva por parte do governo federal impede avaliar
os resultados obtidos com os recursos liberados. Segundo ela, antes de elevar
os investimentos, é preciso mapear o dependente. “Um histórico é o primeiro
passo. Ele permitirá levantar onde é preciso um novo leito ou um programa de
acompanhamento familiar. É preciso montar o perfil do doente para combater a
doença.”
O crack na mira
O aumento nos investimentos é parte do Plano
Nacional de Combate ao Crack, que receberá um aporte direto de R$ 350 milhões, a
meta do governo é destinar R$ 2 bilhões para o tratamento de dependentes da
droga até 2014. O foco principal são os centros de aglomeração de viciados,
como a Cracolândia, que concentra dependentes de crack. Com essa verba, o
governo promete abrir 13,5 mil novos leitos. Hoje, o SUS tem cerca de 9 mil
leitos para dependentes químicos, divididos entre hospitais psiquiátricos,
prontos-socorros e Caps (Centros de Atendimento Psicossocial).
A psiquiatra Ana Cecilia diz que concentrar os
gastos em novos Caps é ir na contramão da ciência. “Estamos criando um país de
doentes. É preciso investir na prevenção e adotar uma política de combate à
oferta de drogas.” Durante visita à Cracolândia em janeiro, o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, disse que o aumento nos investimentos do governo e a
política de internações é parte do programa que está em andamento. Segundo o
ministro, o governo não tem uma visão “reducionista” em suas medidas antidrogas.
“Buscamos unir planejamento e recursos”, diz.
PROJETO FIXA MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ESPECÍFICAS PARA MENORES INFRATORES COM DEFICIÊNCIA MENTAL OU DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Senado.gov.br
A Comissão de Assuntos Sociais do
Senado (CAS) aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que prevê
tratamento médico para os adolescentes infratores que tenham deficiências
mentais ou dependência de álcool ou outras drogas. Segundo o autor da proposta,
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a iniciativa é necessária para diferenciar as
medidas socioeducativas aplicadas aos menores infratores “comuns” daquelas
aplicadas aos menores com deficiência mental ou dependência química.
O projeto (PLS 23/12) ainda vai
passar por mais um colegiado do Senado: a Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH). Os senadores Wellington Dias (PT-PI), Lúcia
Vânia (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS) ressaltaram que a discussão da proposta
nessa comissão será “mais aprofundada” e poderá incluir a realização de
audiência pública com especialistas no assunto. Paim é o presidente da CDH.
Em seu parecer sobre a matéria, o
senador Cyro Miranda (PSDB-GO) concordou com o projeto de Aloysio Nunes, mas
introduziu algumas modificações. Ao ressaltar a importância do tratamento
diferenciado, Cyro cita um estudo que aponta a grande quantidade de portadores
de transtornos psiquiátricos entre os menores infratores.
O texto altera artigos do
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990) e da lei que trata do
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Lei 12.594, de 2012).
17 de abr. de 2012
10 de abr. de 2012
Bebida alcoólica quadriplica chances de acidentes, segundo especialista
Perda das funções é observada a partir de 0,05% da
substância no sangue.
Consumo de água não reduz sintomas da embriaguez no
trânsito.
Do G1
Ribeirão e Franca
O coordenador do Programa de
Saúde Mental de Ribeirão Preto (SP), Alexandre Firmo de Souza Cruz, alerta que
o consumo de bebida alcoólica aumenta em mais de quatro vezes as chances de
acidentes no trânsito. Pessoas com descendência indígena e japonesa, segundo
Souza Cruz, são mais suscetíveis ao álcool. De acordo com o especialista,
consumir água não reduz os sintomas da embriaguez, mesmo para quem ingerir
pequenas quantidades.
A partir de 0,05% de álcool no
sangue, o organismo perde a conexão entre capacidade de julgamento e controle
de impulsos. “O álcool interfere nas funções, leva à perda cognitiva.
Dependendo da alcoolemia, a chance de acidente pode aumentar quatro vezes ou
mais”, alertou.
Operação
Páscoa
Cerca de quatro mil agentes de
segurança adicionais foram escalados por região do Estado para a Operação Páscoa,
que vai monitorar as rodovias de São Paulo até o domingo de Páscoa (8). Nos
trechos das rodovias Anhanguera, Armando Salles de Oliveira e Attílio Balbo na
região de Ribeirão Preto, as concessionárias responsáveis estimam um aumento de
até 40% no fluxo de veículos. Em 2011, 390 ocorrências com motoristas
embriagados foram registradas na região. “Uma das prioridades está exatamente
na fiscalização do condutor alcoolizado”, afirmou o capitão da Polícia
Rodoviária, Amarildo Bassi.
Como prevenir consumo de álcool e remédios entre adolescentes
É aos 12 anos que os adolescentes começam a
experimentar substâncias que causam dependência e podem ser a porta de entrada
para outros tipos de droga. Veja como prevenir.
Revista Cláudia - Suzana Lakatos e Fábio Mello
Quando se pensa em drogas, poucas famílias percebem
o perigo de substâncias que estão ao alcance do adolescente, às vezes na
própria casa, como bebida, medicamento e cigarro. O fato de serem legais faz
com que os riscos sejam minimizados e cria um terreno propício para o uso
precoce. “No mundo, o período crítico dessa iniciação é dos 12 aos 16 anos, mas
no Brasil ela se concentra entre 12 e 14 anos”, aponta o pneumologista Sérgio
Ricardo Santos, coordenador do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do
Tabagismo (PrevFumo), da Unifesp. Além da precocidade, o padrão de consumo
também preocupa.
Dois estudos sobre o perfil e a ingestão de drogas
no país trazem dados importantes. A boa notícia é que a incidência da
experimentação vem diminuindo graças a fatores como o aumento de informação por
parte da população, maior inclusão escolar e o envolvimento crescente das
escolas na prevenção; a má é que os relatos de uso freqüente (seis ou mais
vezes no mês) nesse grupo aumentaram. O II Levantamento Nacional sobre o
Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio
da Rede Pública nas 27 Capitais Brasileiras, de 2004, e o II Levantamento
Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, abrangendo as 108
maiores cidades brasileiras e publicado em 2007, foram conduzidos pelo Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), do departamento
de psicobiologia da Unifesp, sob supervisão do professor Elisaldo Carlini. Ele
lembra que as drogas, lícitas ou ilícitas, causam dependência e fazem mal à
saúde.
Proteção, prazer e risco
Também a motivação para o uso é a mesma: a busca de
gratificação imediata. “É uma característica da sociedade atual, cujo
consumismo cria a expectativa de que todos os desejos se realizem em curto
prazo, de preferência no shopping mais próximo”, afirma Hélio Deliberador,
coordenador do curso de psicologia da PUC-SP. Mas, se parece impossível mudar a
sociedade de uma hora para outra, os pais podem ficar alertas a alguns fatores
que aumentam ou diminuem o risco de o filho se envolver com drogas. E devem agir
bem depressa em caso de perigo.
Pais que não usam drogas, estão atentos ao filho e
cultivam o diálogo e o respeito ajudam o adolescente a se manter longe das
drogas, acredita o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de
Pesquisa em Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Unifesp. Na outra
ponta, o desafio é suavizar o impacto dos fatores de risco. Significa, por
exemplo, apoiar o filho na superação de dificuldades escolares – o problema que
mais vezes aparece associado ao consumo de todos os tipos de droga. Um segundo
grupo que precisa de atenção é o dos portadores de transtornos de ansiedade,
como hiperatividade e déficit de atenção. Eles se envolvem mais freqüentemente
com essas substâncias. A presença de usuários de drogas na turma de seu filho
também deve mobilizar a família. Proibir a amizade pode levar o adolescente a
mentir para não perder contato com o amigo. É mais eficaz transformar sua casa
em ponto de encontro e ficar de olho. Eventualmente, uma conversa com os pais
do amigo funciona. É bom ter claro que o adolescente não é capaz de avaliar as
conseqüências dos seus atos. Cabe à família impor limites e saber com quem ele
anda, como e onde se diverte. Diante da constatação de que o jovem usa drogas,
é preciso questionar honestamente sua capacidade de protegê-lo. “O erro maior
das famílias é adiar uma atitude em vez de buscar ajuda especializada”, diz
Laranjeira.
Na hora de abordar o assunto, a melhor forma de ser
ouvida é munindo-se de informação. “Apresentar dados concretos sobre os danos
ao organismo funciona mais do que uma abordagem moralista”, recomenda o
psicólogo Raul Aragão Martins, professor do departamento de Educação da Unesp,
em São José do Rio Preto (SP). Em 2005, ele realizou o estudo Uso de Bebidas
Alcoólicas entre Adolescentes e atualmente pesquisa o que influencia o consumo.
Chegou à conclusão de que, para o jovem, essa é uma escolha pessoal, sobre a
qual não reconhece a autoridade dos pais. Saber disso ajuda a evitar posturas
autoritárias, que provocariam uma reação de desafio.
Mesmo moderadamente, consumo de álcool eleva risco de câncer de mama em jovens
Revista Veja
Saúde da mulher
Segundo pesquisa, álcool aumenta chance de
surgimento de doenças benignas que podem evoluir para câncer no futuro
O consumo de bebida alcoólica pode elevar as
chances de mulheres jovens desenvolverem câncer de mama. O risco existe mesmo
quando o cosumo é moderado, e se torna mais elevado quanto maior for a
quantidade da bebida consumida. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada
nesta segunda-feira na revista Pediatrics, que indicou que o álcool ainda pode
desencadear alterações benignas na mama capazes de levar à doença no futuro. O
estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores de diversas instituições,
entre elas as Faculdades de Medicina das Universidades de Washington e de
Harvard, nos Estados Unidos.
Segundo a Sociedade Americana do Câncer, mulheres
adultas que bebem de duas a cinco doses de bebida alcoólica ao dia têm uma
chance 1,5 vez maior de ter câncer de mama do que as abstêmias. Nesse estudo, a
equipe de pesquisadores procurou descobrir se os já conhecidos efeitos adversos
do álcool poderiam ser revertidos, como pesquisas anteriores sugeriram, pelo
ácido fólico, uma vitamina do complexo B presente em bebidas alcoólicas como a
cerveja, mas também em outros alimentos como cogumelo, tomate e feijão. O
nutriente pode combater anemia, prevenir cânceres e evitar inflamações.
Por isso, durante uma década, os especialistas
acompanharam 29.117 mulheres, com idades entre 18 e 22 anos, que responderam a
questionários sobre consumo de bebida alcoólica e ácido fólico em geral. Cerca
de um quarto dessas mulheres não consumiam bebida alcoólica quando jovens,
enquanto 11% delas bebiam o equivalente a uma dose e meia ou mais de álcool ao
dia quantidade considerada alta pela pesquisa. O restante das participantes
bebia doses baixas ou moderadas. No início da pesquisa, nenhuma participante
tinha doenças de mama. Ao final do estudo, foram registrados 659 casos de
doença benigna de mama.
Os resultados indicaram que quanto mais bebida
alcoólica é consumida, maior o risco de ter uma doença benigna da mama. Os
pesquisadores concluíram que a cada 10 gramas de álcool (uma dose de bebida)
que uma mulher ingere diariamente, o risco de desenvolver células e lesões não
cancerígenas aumenta em 15%. No entanto, os pesquisadores observaram que o consumo
de ácido fólico não alterou significativamente os riscos de doenças da mama.
Segundo os autores do estudo, os resultados são
preocupantes. Embora nem todas as doenças benignas da mama evoluam para um
câncer, os pesquisadores reconhecem que esses problemas são fatores de risco
importantes e consistentes para uma doença maligna na mama. Para eles, o álcool
aumenta o risco dessas doenças benignas, e esses efeitos negativos não são
amenizados pelo ácido fólico.
Saiba mais
DOENÇAS MAMÁRIAS
Podem ser benignas, ou seja, não cancerosas, ou
malignas. As doenças benignas são a maioria dos casos, não colocam a vida da
mulher em risco e muitas vezes não exigem tratamento. Podem ser cistos
mamários, fibroadenomas (pequenos nódulos nas glândulas mamárias) ou doença
fibrocística, por exemplo. Casos malignos, ou seja, de câncer de mama, colocam
a vida da paciente em risco e podem até acarretar a perda de uma mama. No
entanto, é possível detectar o câncer em fase inicial e tratá-lo adequadamente.
Famílias de Ponta Grossa abandonam doentes mentais
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30 de mar. de 2012
Maços terão cor padronizada e imagens com alertas antitabaco
Folha
de São Paulo - JOHANNA NUBLAT
ENVIADA
ESPECIAL A CINGAPURA
Vinte e cinco anos após ter limitado o fumo
em ambientes fechados, a Austrália deve se tornar, no final do ano, o primeiro
país a tirar as logomarcas dos maços. A ideia é usar 75% da frente e 90% do
verso do pacote para grandes fotos e mensagens de alerta à saúde. A
identificação do produto terá uma forma padronizada, em duas pequenas faixas.
No
Brasil, que baniu os fumódromos no fim de 2011, o banimento às logomarcas não
está no horizonte.
Em entrevista à Folha, Jane Halton,
secretária do Departamento de Saúde e Envelhecimento da Austrália, disse que
uma decisão como essa requer engajamento do governo como um todo, incluindo o do
presidente do país. "É muito, muito mais simples adotar uma política como
essa se você tiver coerência dentro do seu governo. Se é visto só como uma
questão de saúde, é mais difícil de implementar. E você precisa do seu
presidente para dizer: 'Sim, isso é importante, é para o bem do nosso povo'. E
é por isso que estamos adotando essa política", afirmou.
Segundo Halton, o banimento da marca foi o
avanço mais lógico no controle do tabagismo na Austrália. Antes disso, o país
já havia proibido fumo em carros transportando crianças, alguns aditivos em
cigarros e patrocínios distribuídos pela indústria tabagista, afirma.
Ela acredita que países como o Brasil podem
se beneficiar dos estudos que levaram a Austrália a decidir contra as marcas. E
que essa opção pode ser um dos passos seguintes adotados no Brasil.
Especialistas
ouvidos pela Folha durante a 15ª Conferência Mundial Tabaco ou Saúde, realizada
na semana passada em Cingapura, entendem que a adoção desse controverso modelo
por mais países depende do sucesso da Austrália nas disputas com a indústria do
tabaco.
Em pelo menos duas esferas internacionais, o
país será questionado pelo descumprimento de acordos comerciais já
estabelecidos. "Vamos enfrentar essa luta", afirma a secretária
Halton. A previsão é que o novo maço de cigarro entre em vigor em dezembro de
2012. Questionada sobre se esse seria o ponto final da Austrália no controle do
tabagismo, a secretária diz que o trabalho não chegou ao fim.
"Nós nos comprometemos a implementar os
maços e, também, a enfrentar novas formas de publicidade, principalmente para
jovens. Estamos trabalhando nas mídias sociais. E precisamos começar a pensar
como ser eficazes na abordagem dos jovens, principalmente meninas. Temos muito
a fazer."
A repórter JOHANNA
NUBLAT viajou a convite da ONG americana Campaign for Tobacco-Free Kids
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