2 de mar. de 2012

DEPENDÊNCIA QUÍMICA PODE GERAR INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA


DEPENDÊNCIA QUÍMICA PODE GERAR INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA


Semana que vem a Comissão de Assuntos Sociais vota projeto que determina internação forçada para tratamento. Texto original prevê prisão de até um ano para usuários de drogas.

PROPOSTA QUE ESTABELECE internação compulsória para tratamento de dependentes químicos será votada semana que vem pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O projeto (PLS 111/10) de Demóstenes Torres (DEM-GO) foi retirado de pauta na quarta-feira para que Ana Amélia (PP-RS) fizesse ajustes em seu relatório.
A proposta inicial prevê prisão de seis meses a um ano para os usuários de drogas, com a possibilidade de o juiz determinar a substituição da pena por tratamento especializado. Em seu relatório, Ana Amélia retirou a pena privativa de liberdade e, por sugestão de médicos psiquiatras, incluiu a multa. Na quarta-feira, decidiu retirar também a multa.
A relatora afirmou ser necessária alguma providência, pois a questão das drogas e álcool atinge 98% dos municípios brasileiros. A Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e Outros, disse a senadora, concluiu que esse é um problema de saúde e não de segurança.
Para Wellington Dias (PT-PI), o usuário de drogas deve ser tratado como doente e não como criminoso, de acordo com tratado da Organização Mundial da Saúde (OMS) assinado pelo Brasil.
A dependência de substâncias químicas, destacou Waldemir Moka (PMDB-MS), muitas vezes está associada a precedentes de doenças mentais, como bipolaridade e esquizofrenia. Ele discorda da aplicação de multa aos usuários, pois será a família que terá de arcar com a punição, posição apoiada por Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
- Nos demais pontos, o projeto está bem discutido e merece ser aprovado -disse Mozarildo.
Para Humberto Costa (PT-PE), o projeto deve ser rejeitado. Ele considera desnecessária uma nova lei, já que o governo federal adotou o Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Tal plano, explicou, já contempla todas as questões debatidas na CAS, como a previsão de medidas para combater o tráfico, o atendimento e o cuidado com os dependentes, bem como os critérios de internação do usuário.
Para o senador, uma medida eficiente seria dificultar o acesso às drogas, com programas que combatam a sua disponibilização.
- Acho que deveríamos rejeitar essa proposta em discussão. No Brasil, não damos oportunidade aos programas para ver seus efeitos -disse Humberto Costa, ao citar o Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas.
Depois de analisado pela CAS, o projeto ainda será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para votação final.


Nenhum comentário:

Postar um comentário