5 de ago. de 2012

COLÔMBIA SANCIONA LEI QUE RECONHECE DEPENDÊNCIA QUÍMICA COMO ASSUNTO DE SAÚDE


Infolatam/EFE
Las claves
A política contra as drogas da Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, sancionou a primeira lei que reconhece o vício em substâncias psicoativas como um assunto de saúde pública, o que prevê uma mudança em sua luta contra as drogas, ao deixar de vê-lo apenas como um problema de ordem público. O presidente assinou a Lei 1566, que segundo o senador Juan Manuel Galán, do Partido Liberal (PL), destacou em sua conta no Twitter, “reconhece a doença e garante o tratamento integral”. O texto começa com o seguinte parágrafo: “É reconhecido que o consumo, abuso e vício de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, é um assunto de saúde pública e bem-estar da família, da comunidade e dos indivíduos”.
Portanto, acrescenta que as pessoas viciadas devem ser tratadas como doentes e têm o direito de pedir, de maneira voluntária, e receber uma “atenção integral por parte do Estado”, que fica incluída no Plano Obrigatório de Saúde (POS) e não irá prever nenhuma recuperação por parte das chamadas Empresas Prestadoras de Saúde (EPS). Até agora, os usuários só podem obter ajuda, tanto focada para a reabilitação como para o tratamento terapêutico, através de ações de tutela.
Com esta lei, o Estado também tem a obrigação de formar médicos especializados para atender a saúde mental dos viciados em drogas, ao mesmo tempo em que também deverá condicionar os centros de saúde onde estes serviços são oferecidos. A prevenção conta também com um papel primordial e fica nas mãos do Governo incluí-la em suas políticas de saúde.
Com a norma também será criado o prêmio nacional “Entidade Comprometida com a Prevenção do Consumo, Abuso e Vício em substâncias Psicoativas”, com o qual o Ministério da Saúde e da Proteção Social reconhecerá as melhores iniciativas neste campo. Em seus primeiros meses de vida, a Lei 1655 começará a ser aplicada entre menores de idade, identificados como a população mais vulnerável, e ampliará sua cobertura para todos os dependentes da Colômbia que, de acordo com relatórios do Governo, está crescendo.
A política contra as drogas da Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios. No entanto, o presidente Santos manifestou em várias ocasiões sua abertura a um debate para estudar novas alternativas para esta estratégia que considerou frustrada. Primeiramente, Santos apresentou na sexta-feira passada, com seu ministro de Defesa, Juan Carlos Pinzón, um novo plano que manterá a pressão contra os traficantes e os cultivos através da erradicação, mas sob um enfoque integral que permita acabar com todos as peças da corrente do negócio e colocar em andamento programas de desenvolvimento.

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